5 perguntas para revelar se sua empresa é realmente orientada por dados

A adoção de plataformas de Business Intelligence se tornou um padrão no ambiente corporativo.

A visão de equipes navegando por dashboards coloridos e repletos de gráficos no dia a dia pode facilmente levar à conclusão de que uma empresa é, de fato, “data-driven“.

Contudo, a verdadeira cultura orientada por dados é muito mais profunda que o simples uso de uma ferramenta. Ela está enraizada nos comportamentos, nos processos e, principalmente, no método pelo qual as decisões são tomadas em todos os níveis da organização.

O uso diário do Power BI não é um atestado de maturidade analítica. É apenas o primeiro passo.

Para entender se sua organização transcendeu a tecnologia e verdadeiramente abraçou uma cultura de dados, proponho um diagnóstico através de cinco questionamentos essenciais.

A honestidade nas respostas pode revelar gaps importantes em sua jornada.

1. Você confia plenamente nos dados que acessa e sabe de onde eles vêm?

A confiança é o alicerce de qualquer decisão baseada em dados. Se os gestores e suas equipes questionam a acuracidade, a origem ou a atualização das informações que consomem, a ferramenta de BI perde seu propósito.

A desconfiança leva à paralisia ou, pior, faz com que os líderes recorram à intuição, usando os dados apenas para validar uma decisão já tomada.

Dica prática:
Para construir essa confiança, invista em governança de dados. Crie um “dicionário de métricas” unificado para toda a empresa, garantindo que todos falem a mesma língua. Estabeleça “donos” para cada conjunto de dados (Data-Owners), responsáveis por sua qualidade e integridade. A transparência sobre a origem e as transformações aplicadas aos dados é fundamental para que a confiança se torne parte da cultura.

2. As decisões estratégicas são realmente tomadas com base nos dados?

É comum observar apresentações estratégicas recheadas de gráficos e números. A questão é: esses dados são o ponto de partida para a decisão ou apenas uma formalidade para ilustrar uma escolha já definida pelo instinto ou pela opinião do executivo de mais alto cargo? Em uma cultura genuinamente data-driven, os dados desafiam crenças e direcionam o caminho, mesmo quando ele é contraintuitivo.

Dica prática:
Institua como regra que todo novo projeto ou proposta de investimento seja apresentado com uma análise de dados que justifique sua viabilidade e impacto esperado. Durante as reuniões de planejamento, incentive o debate fundamentado em evidências numéricas e questione abertamente as opiniões que não possuem respaldo analítico.

3. As equipes sabem o que fazer com os indicadores que acompanham?

Um dashboard pode apresentar dezenas de indicadores, mas se a equipe que os monitora não sabe qual ação tomar quando um número sobe ou desce, eles são apenas decoração. Acompanhar uma métrica sem um plano de ação atrelado a ela é um exercício passivo. A orientação por dados exige proatividade e um claro entendimento da relação entre causa e efeito.

Dica prática:
Conecte seus indicadores a “playbooks” operacionais. Para cada KPI (Key Performance Indicator) importante, defina um conjunto de ações pré estabelecidas. Por exemplo, se o Custo de Aquisição de Clientes (CAC) sobe 10%, qual alavanca o time de marketing deve acionar? Essa clareza transforma a observação em ação.

4. Você tem clareza sobre quais métricas realmente movem o negócio?

Toda empresa possui uma infinidade de dados que podem ser medidos, mas apenas um pequeno conjunto de métricas possui impacto real nos resultados estratégicos. Muitas organizações se perdem em “métricas de vaidade“, números que são agradáveis de ver, como curtidas em redes sociais ou visualizações de página, mas que não se correlacionam diretamente com a receita ou a lucratividade.

Dica prática:
Utilize um framework como os OKRs (Objectives and Key Results) para conectar os objetivos macro da empresa aos indicadores que efetivamente movem o ponteiro. Proponha uma discussão honesta sobre quais são as 3 a 5 métricas vitais para cada área e concentre os dashboards e as análises em torno delas.

5. As áreas de negócio têm autonomia para explorar os dados?

Se para cada nova pergunta ou necessidade de análise, as áreas de negócio precisam abrir um chamado e aguardar na fila da equipe de TI, a agilidade se perde. A dependência excessiva da tecnologia cria um gargalo que desencoraja a curiosidade e a exploração. Uma cultura de dados floresce quando os próprios gestores e analistas de negócio conseguem “conversar” com os dados.

Dica prática:
Promova o conceito de “self service BI“. Invista em ferramentas intuitivas e, principalmente, na capacitação contínua dos usuários de negócio. O papel da TI deve evoluir de um construtor de relatórios para um facilitador, garantindo a qualidade e a segurança da infraestrutura de dados, enquanto as áreas fim ganham autonomia para gerar seus próprios insights.

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Se algum desses cinco pontos gerou dúvida ou desconforto, encare como uma oportunidade. Reconhecer que a jornada está apenas no começo é o passo mais importante.

Lembre-se: Ser data-driven é cultivar uma rotina de decisões baseada em dados confiáveis, acessíveis e, acima de tudo, bem interpretados.

Sua empresa já iniciou essa transformação cultural?

Luiz Carlos de Almeida

Founder / CEO

Com mais de 15 anos em TI, 10 em controladoria e 9 como consultor, uniu gestão e tecnologia para criar uma solução verdadeiramente estratégica.

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